Assim na vida como ao volante

Assim na vida como ao volante

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Podem chamar-me medricas à vontade, mas acreditem que a cada dia que passa, tenho mais receio de sair à rua na cidade de Viseu.
Duvido que seja só uma consequência da crise, que nos deixa mais irritadiços, carrancudos e furiosos, agarrados ao volante a pensar nas mil e contas que temos de pagar até ao final do mês com a consciência de que o dinheiro não estica, nem nos cresce em nenhuma árvore do quintal.
Acredito sim que é uma questão de formação cívica.
Não estou a atirar as culpas para as inúmeras escolas de condução que há espalhadas por aí, que pouco ou nada podem fazer com um pau que já nasceu torto.
Sou da opinião de que um automóvel, traz como extra à data da compra a sensação de impunidade e um quase anonimato às pessoas, o que, faz sobressair a besta dentro de nós.
Sim. Estou a chamar de bestas aqueles condutores, que não respeitam as passadeiras nem os peões, que circulam a velocidades parvas em zonas escolares, que estacionam em frente às garagens, que ocupam os passeios. Esses condutores que vivem na cidade das rotundas e ainda não perceberam como contorná-las, esses que estacionam em 2ª e 3ª fila para irem tomar um cafezinho, que pensam que têm a primazia nas estradas, que ainda não compreenderam que o uso do pisca é essencial na condução citadina e que pode evitar centenas de pequenas colisões por ano.
Podia continuar com a lista interminável de imbecilidades com que temos de aguentar todos os dias a qualquer hora. Mas o que verdadeiramente me preocupa é que esta forma egoísta de estar ao volante seja um espelho do comportamento quotidiano fora do automóvel.
Não sei onde iremos parar como indivíduos, se não soubermos coexistir como sociedade. A completa falta de respeito pelo outro e pelos seus valores é gritante e absurda.
Vi recentemente um vídeo no you tube, sobre os efeitos nefastos do álcool na condução (http://www.youtube.com/watch?v=Z2mf8DtWWd8).
O vídeo é chocante e obrigatório, a meu ver faz a analogia perfeita da condução para os demais aspectos da nossa vida, mas acima de tudo mexe connosco profundamente e obriga-nos a reflectir sobre o valor da vida humana.
Todos nós temos problemas, todos nós merecemos e devemos respeito e consideração, todos temos alguém que amamos e que nos retribui esse amor.
Está na altura de começarmos a agir civilizadamente dentro e fora do nosso automóvel.

Por: Victor Maximo

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