Entrevista com… Andreia Rodrigues

Entrevista com… Andreia Rodrigues

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Começando pelo fim, como é que chegou aqui, ao Hotel Montebelo e ao grupo Visabeira?
Comecei em 2009, com a abertura de uma nova unidade que faz parte do portfólio do grupo Visabeira, a Casa da Ínsua e a minha ida para lá é, também, muito curiosa. Sou licenciada em História da Arte, acabei em 2005 e foi nessa altura que começou a ser rodado o filme “Viúva rica solteira não fica” de José Fonseca e Costa, precisamente na Casa da Ínsua em Penalva do Castelo. Lembro-me de, passado puco tempo, ter ido a Penalva com o intuito de visitar a Casa da Ínsua, o que, com muita pena minha não aconteceu pois a mesma estava fechada, segundo me informaram, porque estava a ser alvo de uma intervenção para conversão em hotel, por parte do grupo Visabeira. Apesar de triste, fiquei ainda mais curiosa por conhecer o interior, pois tinha visto o exterior e o interior preenchia então o meu imaginário. Assim, decidi enviar o meu currículo, fiz testes e 4 anos depois, quando já não esperava, recebi um telefonema a perguntar se ainda mantinha o interesse em fazer parte da equipa da Casa da Ínsua. Eu disse que sim e para espanto meu, que me tinha proposto para animadora sócio-cultural, acabei convidada para assumir funções de Assistente de Direcção.

Sem o filme, não estaria no grupo Visabeira?
Sim, acho que não estaria. Podia acontecer mas seria difícil.

Caso para dizer que a sua vida dava um filme…
Sim… completamente…

Da Casa da Ínsua passou para o Hotel Montebelo…
Sim, estive 5 anos na Casa da Ínsua, que é inevitavelmente, a minha casa de eleição. Foi lá que comecei, era um projecto novo, que estava a começar, crescemos juntos, a equipa também era toda de gente nova e todos a construir uma “coisa” nova…

O que constituiu um desafio aliciante…
Sim, foi muito giro e… a Casa diz-me muito, sendo eu de História de Arte, é muito muito mais o meu “mundo”…

Muito diferente do Hotel Montebelo…
Sim, muito mesmo. A Casa da Ínsua tem toda uma história para contar, é muito pitoresca, muito bucólica, cada recanto… há sempre algo para descobrir. O próprio sítio em si é especial, não só a Casa… foram gerações atrás de gerações com muito dinheiro, famílias abastadas com um bom gosto extremo, faziam-se rodear de tudo o que era belo, é assim que entendo a Casa da Ínsua, eram muito sensíveis em termos estéticos… O exterior é lindíssimo, os jardins, as vinhas… cada estação uma cor, é muito bonito. O Montebelo é um hotel de cidade, com uma dinâmica diária muito mais intensa, na Ínsua o atendimento é o detalhe, o pormenor, é o tratar o cliente pelo nome. Aqui o ritmo é outro, vive-se mais rápido…

Quais os desafios do Hotel Montebelo nos dias de hoje? A ligação com a cidade, o golfe…
Sim, um bocadinho a ligação com o golfe, com a própria cidade, nós dependemos muito da dinâmica da cidade, das próprias empresas. E o desafio, para já, é quebrar a dependência do turismo interno, grande parte dos nossos clientes são nacionais, de empresas, pelo que o desafio passa por aí, por quebrar essa dependência… procurar novos mercados.

No Montebelo sente-se o pulsar económico da cidade e da região?
Claramente, o Montebelo é, para mim, a sala de recepção da cidade, nota-se o pulsar económico, político e até social da cidade e região… as empresas usam o Montebelo como a sua sala de recepção. Considero que o Hotel é a verdadeira “sala de receber” da cidade.
A Andreia, historiadora d’artes, hoje responsável de unidades hoteleiras, nunca pensou chegar aqui?
Sim, é completamente diferente… A área do turismo é muito multifacetada, por outro lado o curso de História de Arte dá-nos uma visão muito abrangente de tudo e eu comecei na Casa da Ínsua, e a Casa é história, respira história de arte e a aposta foi essa mesmo, ter lá alguém que não visse apenas números e tivesse uma visão um bocadinho mais abrangente do que é uma unidade hoteleira com aquela matriz tão vincadamente histórica.

Satisfeita com o faz hoje?
Sim, claramente. Aliás nesta área do turismo é impossível que assim não seja.

Existe aquela ideia que o Director do Hotel é 24h por dia e 365 dias por ano…
Já não é tanto assim, mas ainda é um bocadinho assim, mas se tivermos um boa equipa estamos tranquilos pois as coisas correm facilmente, para todos… pois todos somos a equipa.

Que conselho daria hoje a um jovem que queira ingressar numa carreira ligado a ao turismo, uma boa aposta? Formação específica?
Sim… Sim, uma boa aposta e claramente apostar em formação específica, eu também já senti completamente …”
necessidade e conclui uma Pós-Graduação em Gestão Hoteleira, hoje sinto-me mais com- pleta nessa matéria. Mas forçosamente têm que ter formação, ter noção básica de todas as secções, a polivalência é essencial para trabalhar nesta área.

Perguntas simples, respostas simples, Grupo Visabeira?
Talvez “pai”, se tivesse que definir…

Viseu, a melhor cidade para viver?
Sim, gosto muito de Viseu, mas não vou mentir, sou da Guarda mas a minha cidade de eleição é o Porto.

Uma aventura no exterior?
Porque não… não digo que não a uma experiência no exterior. Acho que ia gostar.

Viseu e o turismo?
Acho que está no caminho certo, mas ainda há muito para fazer, tem havido um esforço, no entanto acho que ainda falta comunicar de forma mais assertiva, com mais antecipação, por vezes sei dos eventos muito em cima o que não me permite tirar proveito. Acho que é preciso abrir os eventos para fora, estão muito virados para a cidade, mas precisamos de trazer “Gente” que lanche , jante, durma, gaste cá o seu dinheiro.

Viseu não é só o vinho do Dão?
Não, claro que não. O Dão pode e deve ser um emblema usado pelo a cidade. Mas vai para além disso. No entanto acho que é preciso encontrar um elemento diferenciador, algo que venda Viseu no exterior e distinga a cidade das outras.

por Rui Rodrigues dos Santos

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