E um tinto do Dão voltou a vencer as provas cegas da...

E um tinto do Dão voltou a vencer as provas cegas da Fugas

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Pelo segundo ano consecutivo, foi um Dão a vencer uma prova de vinhos tintos de diferentes zonas do país com preços entre os oito e os dez euros. Com comida ou a seco, o Fonte do Ouro de 2011 não deu hipótese à concorrência. O seu principal rival foi um surpreendente (ou não) tinto transmontano.

Pela segunda vez consecutiva, o vinho vencedor da prova cega da FUGAS é um Dão. No ano passado, o Quinta do Escudial Vinhas Velhas 2008 foi capaz de se impor num teste onde contou com adversários de peso como os duriense Duorum ou o alentejano Herdade dos Grous.

Desta vez, coube ao Fonte do Ouro Reserva 2011 bater a concorrência nos dois momentos da prova cega: primeiro só o vinho, depois, à hora do almoço, o vinho em diálogo com comida. Quer num, quer noutro momento, este tinto com a assinatura do enólogo Nuno Cancela de Abreu não deu hipóteses: na primeira fase da prova deixou o seu mais directo adversário, um surpreendente (ou talvez não) Valle Pradinhos da região de Trás-os-Montes, a 28 pontos de distância; no segundo momento, a disputa foi mais acesa, mas ainda assim o Fonte do Ouro bateu o transmontano por sete pontos de diferença.

Esta é quinta vez que o painel de provas da Fugas se reúne para fazer a avaliação de uma amostra de vinhos situada numa gama de preços na ordem dos dez euros – em concreto, nesta edição os vinhos situavam-se todos entre os oito e os 10 euros. O painel é constituído por Beatriz Machado, Mestre em Ciências da Viticultura e Enologia pela Universidade da Califórnia e directora de vinhos do hotel The Yeatman, Ivone Ribeiro, uma profissional do sector com uma vasta experiência e que hoje é proprietária da garrafeira Garage Wine, em Matosinhos, Álvaro Van Zeller, enólogo e produtor de vinho do Porto, Douro e na região dos Vinhos Verdes, Joe Álvares Ribeiro, administrador do grupo Symington, os jornalistas do PÚBLICO Pedro Garcias e José Augusto Moreira e Lígia Santos, a primeira masterchef portuguesa que, para lá de ter participado nas provas, superintendeu ainda a criação do almoço nas Casas da Li, um estabelecimento de turismo rural no concelho de Arcos de Valdevez. Por impedimento profissional, o jornalista Luís Costa, da RTP, não pôde participar nesta edição das provas.

A escolha dos dez vinhos em prova obedece a um conjunto de critérios previamente determinados: as amostras têm de representar a diversidade regional do país, devem privilegiar vinhos com castas portuguesas, sem excluir marcas ou regiões que, pelos seus pergaminhos, apostaram em variedades internacionais, e deve ter em atenção a possibilidade de os leitores da Fugas as encontrarem com alguma facilidade no mercado. Para garantir boas escolhas e escolhas o mais ajustadas possível à sensibilidade dos consumidores, a Fugas contou com o apoio de Jesus Caridad, gestor do El Corte Inglés de Vila Nova de Gaia e de Pedro Freitas, responsável pelo Clube del Gourmet desse estabelecimento. Todos os vinhos provados foram por isso escolhidos e estão disponíveis no catálogo do Clube del Gourmet ou do supermercado do El Corte Inglés.

Para esta edição da prova, escolheram-se dois vinhos do Douro, dois alentejanos, dois bairradinos, um Dão, um Tejo, um Península de Setúbal e um Trás-os-Montes, região que se estreia nestas andanças da Fugas. A ordem de serviço dos vinhos fez-se por sorteio para cada um dos momentos da prova, de modo a que os provadores não tentassem replicar com comida a nota que haviam dado na primeira fase da avaliação. As fichas da prova e as pontuações atribuídas obedeceram ao modelo da OIV (Organização Internacional da Vinha e do Vinho), numa escala de 0 a 100 pontos. Os leitores que quiserem experimentar provas cegas lá em casa, podem facilmente encontrar estas fichas no sítio da OIV na internet.

 

Fonte: http://fugas.publico.pt/Vinhos/355560_e-um-tinto-do-dao-voltou-a-vencer-as-provas-cegas-da-fugas

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