Maria Riding Company

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As motos custom estão de volta. É um revivalismo, um lifestyle cool de gente ligada ao design, à moda e às artes, mas é mais do que isso. Ter uma mota customizada é um manifesto contra a uniformização da economia global, é o apelo a diferenciação, o desejo de ser diferente.

A marca Maria Riding Company existe há cerca de seis anos ou talvez mais. Oficialmente, foi criada em 2011. Luís Correia, 40 anos, e Rui Alexandre, 42, ansiavam por um certo tipo de liberdade que, não o escondem, se confundia com saudades da adolescência. Nunca mais se divertiram tanto, depois de terem entrado na universidade e começado a trabalhar. Antes, andavam de skate e de moto, faziam surf, improvisavam tudo, divertiam- se.

“Fazer surf, hoje, não tem tanta graça”, diz Rui. “Há escolas de surf, professores, equipamento. Quando eu era miúdo, ia de comboio para Carcavelos, ou de camioneta para a Ericeira, sozinho. Fui assaltado duas vezes. Não tinha dinheiro, não usava fato. A praia estava deserta…”

Depois, Rui entrou para o curso de Bioquímica. Fez o mestrado, ganhou uma bolsa de investigação de quatro anos, para concluir o doutoramento. Luís fez o curso de Design no IADE e começou a trabalhar em agências de publicidade, em design gráfico, webdesign. De repente, nem eles sabem explicar o que aconteceu.

Luís sentiu que estava farto de pôr a sua criatividade ao serviço de outros. Cansado de vender marcas que não eram dele, decidiu criar a sua própria. Rui deitou fora a bolsa do doutoramento. Aterrorizado com a ideia de passar cinco anos fechado num laboratório, nunca mais quis saber de radicais-livres e antioxidantes, que eram a sua área de investigação. “Foi uma decisão rápida, mas sei que definitiva. Decidi dedicar-me apenas ao design.”

Os dois amigos sempre gostaram de motos antigas, mas à sua ideia de negócio não foi alheia a noção de que as motos customizadas, ou personalizadas, estavam a tornar-se imensamente populares em vários países. As motos modificadas inspiradas em modelos europeus dos anos 1950 e 60 faziam sucesso, principalmente entre profissionais da moda, gente ligada ao design e às artes, acima dos 40 anos de idade. Era uma tendência ligada ao revivalismo estético, em combinação de uma ideologia antiglobalização e uniformização.

Luís e Rui foram pioneiros em Portugal a explorar este conceito. Sabiam que havia aí um nicho de mercado, que lhes permitiria desenvolver um conceito, uma marca a seu gosto, sem concessões comerciais, que fabricasse motos de modelo único, personalizadas, e pranchas de surf. “Não fazemos concessões nem planeamentos comerciais. Não queremos subverter o espírito da marca, para que possamos continuar orgulhosos dela. O que nós queremos é fazer as nossas próprias coisas”, diz Rui.

O revivalismo estético e a combinação de uma ideologianti-uniformização da marca Maria Riding Company, não se limita apenas as motos customizadas, é acima de tudo um estilo de vida associado à liberdade e improviso da adolescência, onde o skate, as motas e o surf estavam sempre presentes.

Foram estas as características que cativaram Pedro Frutuoso quando em 2012 conheceu a marca que lhe trazia as melhores recordações do seu estilo de vida de adolescente. Pedro tem um percurso profissional de mais de 20 anos em cargos de gestão em multinacionais em sectores como consultoria, e-commerce e retalho. O seu envolvimento com a marca e a aproximação aos seus sócios fundadores foi um processo natural e gradual.

Com a combinação de competências dos atuais três sócios, a marca entra agora numa fase bastante promissora, que para além da costumização de motos, pranchas de surf e skates, prepara o lançamento de um coleção de acessórios e roupa informal e prática, com inspiração nos anos 70 e 80 onde as corridas de motos eram para pilotos corajosos, o surf não era para meninos e o skate só para alguns.

www.maria-ridingcompany.com

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