Madame Limousine

Madame Limousine

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“Quem é a Madame Limousine?
O rock n´roll tem destas coisas, coisas que se repetem com uma cadência conhecida, o ritmo das grandes canções, das músicas que ficaram por aí durante meses, anos, décadas… a mulher que inspira as letras e os ritmos… É assim com os Rolling Stones, foi assim com os Led Zeppelin… e tantos outros. Mas não é assim com os Madame Limousine.

Para esta banda de Viseu, composta por cinco músicos da cidade, a sua “madame” não inspira músicas, sequer os poderosos riffs de guitarra aconchegados num incandescente groove, a “madame” dos Madame Limousine é a essência do todo.

E, no entanto, estes rapazes ainda andam, ao fim de alguns anos, em busca da ferramenta, da dica, que lhes permita decifrar quem está por detrás da sua “madame”, a mulher de que se recordam apenas na forma de silhueta a entrar numa luxuosa limousine.

Isabel dos Santos, Cinha Jardim ou Beti Grafstein são alguns dos nomes cujos rumores apontam como possíveis “madames”.

O nome “Madame Limousine” surgiu depois de os músicos terem visto (uma única vez) a silhueta feminina desta misteriosa mulher entrar numa limousine, momentos depois lhes ter sido entregue um estúdio (devidamente equipado) e uma carta com a seguinte mensagem: “Cumpram os meus caprichos e nunca mais vos faltará nada. Ass: Madame.“ E assim tem sido desde então.

Sempre a salivar pela dama, os Madame Limousine estavam condenados ao “sensual rock”, que remete, como os próprios admitem, para longas noites em cabarets… provavelmente à espera de ver entrar pela porta a madame generosa nas formas e na carteira a mandar abrir garrafas de champagne com gestos rápidos e decididos.

Ainda não aconteceu. Até ver, os cinco rapazes de Viseu vão sossegando a fornalha em riffs que sustentam as suas canções emolduradas por frases como esta: “Esquece as horas e o tempo espaço sideral, movimento lento estacionário orbital”. E como os Madame Limousine andam de cabaret em cabaret, numa desenfreada busca pelo momento em que um corpo feminino preencherá o vazio deixado por aquela silhueta a entrar numa limousine, “para já não é primordial para a banda ir para estúdio gravar”. Antes disso, querem “conquistar o seu espaço no circuito através dos palcos”.

Perante isto, adivinha-se, e a banda confirma-o, que um trabalho discográfico surgirá algures no meio desta intensa procura, “como consequência da estrada” que os levará ao disco de originais… e à mulher que lhes realizou o sonho.

por Ricardo Bordalo, jornalista profissional da LUSA.
Fotos por Pedro Sales

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