Churrasqueira Cacimbo

Churrasqueira Cacimbo

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São quatro da tarde quando chegamos a Viseu depois de um extenuante regresso da capital. O cansaço e o frio cortante de inícios de Dezembro exigem o aconchego de casa e o conforto tranquilizador de uma lareira. Como tantas vezes acontece, optamos por uma passagem pelo Cacimbo para levar um frango sempre quentinho ou um pedaço de leitão, solução ideal para a preguiça dum fim de viagem. Ao redor do já célebre balcão, alguns comensais retardatários aproveitam para resolver o problema do jantar, enquanto amantes dos excelentes petiscos que o Cacimbo nos oferece, conversam em amena cavaqueira sobre as últimas da cidade e do país.
Há quase quarenta anos que é assim no restaurante da Rua Alexandre Herculano. Um permanente entra e sai de gente, buscando na enorme churrasqueira virada à rua, o sabor único e familiar a que Aurélio e Maria Isaura Loureiro habituaram as gentes de Viseu, desde o regresso forçado de África, nos longínquos idos de 70 do século passado. Inaugurado em 6 de Janeiro de 1976, O Cacimbo era, então, o novo restaurante ali ao lado do Grémio da Lavoura. Hoje é referência e a quem quiser saber a localização do antigo grémio ou da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo, não será de estranhar que se diga que são ali, ao lado do Cacimbo. E isto vale muito mais do que o que se possa dizer sobre um restaurante. Mas, é mesmo assim. Nos seus quase quarenta anos de vida, que se comemorarão no início de 2016 e que Rui Loureiro, filho dos fundadores e actual gestor do conglomerado gastronómico em que a churrasqueira se transformou, quer que sejam vividos em countdown durante o ano que agora entra, o restaurante do frango e do leitão assados transformou-se, por obra do empenho da família Loureiro, numa referência gastronómica da região.
Mas, regressemos ao balcão do Cacimbo nessas 4 da tarde de início de Janeiro, para recordar o escabeche a que não resistimos, enquanto aguardamos o toque final das brasas de carvão sob o melhor frango da cidade. Ao lado, os elogios a uns rissóis de camarão de quem espera, como nós, que as brasas façam o seu trabalho. No Cacimbo é assim. Entramos, degustamos, apaixonamo-nos e voltamos. Mas, não é de estranhar, afinal de contas, são quase quarenta anos a virar frangos.

por João Moreira

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