Sábado, Maio 4, 2024
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Por essa altura ainda o Dão vivia da glória de outros tempos. Dos míticos vinhos de 64 e 70 da Federação dos Vinicultores, dos tintos de 80 e 85 da UDACA e das geniais obras de arte vínica cuidadosamente preparadas pelo laborioso trabalho e saber do saudoso Engenheiro Vilhena no Centro de Estudos Vitivinícolas do Dão. Nesses tempos, falar-se de vinho, era falar-se do Dão – a mais antiga região demarcada de vinhos de mesa do país.
A fama levara-o às quatro partidas do mundo e, quer pela exigência da quan- tidade requerida por compradores, quer pelo envelhecimento dos mestres que os elaboravam, quer ainda pela ganância económica de alguns, habitualmente asso- ciada aos casos de sucesso, a verdade é que na última década do século passado, salvo honrosas excepções, os vinhos do Dão passaram a ser uma sombra de si mesmos.
Ultrapassada em quantidade e, sobretudo, em qualidade por Douro e Alentejo, a região viu-se confrontada com a neces- sidade de se renovar. Felizmente, foi isso que fez. O amor às encostas solarengas do Vale da Estrela de muitos dos seus filhos apaixonados pela arte vínica, jovens enólogos entretanto regressados às origens, permitiu o ressurgimento dos clássicos vinhos do Dão. As vinhas velhas, na sua grande maioria poupadas à praga da filoxera, embutidas em pequenos talhões da encosta do rio que deu nome à região demarcada, símbolos do arreigado sentido de propriedade das gentes da Beira, foram sendo substituídas por vinhas novas, elegantes, meticulosamente orientadas à exposição solar e exclusivamente compostas pelas castas características da região, como que anunciando publicamente o surgimento de um tempo novo. Com vinhas novas, novo vinho apareceu. Um pouco por toda a parte surgiram novos rótulos dum vinho com tradições seculares. O vinho das tradicionais quintas da Beira Alta, cientificamente elaborado, sem perder a alma que sempre o caracterizou, economicamente viável e aberto ao mercado, igualmente novo, do enoturismo. A esse caminho trilhado por particulares, somou-se um gigantesco trabalho de profissionalização das adegas cooperativas que perce- beram a urgência do saneamento financeiro, a necessidade da produção de vinhos de qualidade e o papel fundamental do marketing para o seu sucesso comercial.
Hoje, o Dão recupera paulatinamente o seu lugar de região única no panorama dos vinhos de mesa em Portugal. Sem pressas, como que acompanhando o tempo que as vinhas novas levaram a crescer e a dar fruto. Como na safra agrícola, a região esperou o resultado da enxertia, do desenvolvimento da videira, dos primeiros cachos e finalmente da transformação da uva em mosto, para voltar a afirmar-se a nível nacional e internacional. Deu tempo ao tempo, como convém nestas coisas da lavoura. Hoje colhe os frutos.
Com vinhos de qualidade ímpar afirmando-se sem complexos no exigente e restrito clube da viticultura mundial, o Dão respira novos ventos de esperança. A percepção de que o mercado vinícola extravasa significativamente a simples compra e venda de vinhos, permite um novo olhar sobre a trave mestra da agricultura regional. A incorporação das riquezas turísticas, históricas e etnográficas locais no produto vinho do Dão, é hoje uma realidade, abrindo caminho ao turismo da tradição e da genuinidade. Os “terroirs” da Beira Alta, envoltos em séculos de história e duma beleza natural incomparável, podem e devem ser os motores dum novo turismo que vai conquistando cada vez mais espaço a nível europeu e mundial. O vinho enquanto experiência única de percepção e partilha da realidade local é factor essencial de revitalização do turismo regional, num momento em que, cada vez mais, os visitantes do nosso país procuram experiências alternativas aos circuitos tradicionalmente oferecidos pelas agências de viagens. Em cidades como Viseu, percebe-se esta mudança de paradigma, ao falarmos com os turistas que, cada vez em maior número, procuram o interior do país como destino das suas férias. Mas, é so- bretudo conversando com os proprietários das novas vinhas, com os directores das Adegas Cooperativas, os novos enólogos e os responsáveis pelo turismo regional, que percebemos a dimensão desta transformação e desta nova forma de entender o Dão, enquanto região única para a afirmação do enoturismo nacional.
Que assim seja.

Por João Moreira

TERESA LOUREIRO, 36 ANOS, MÉDICA DENTISTA, NATURAL DE VISEU.
PARTICIPOU NA EDIÇÃO 2014 MASTERCHEF PORTUGAL DA TVI TENDO CHEGADO AO TOP 10.

TÊ, CONTA-NOS TUDO, COMO SURGIU ESTA IDEIA DE PAR- TICIPAR NO MASTERCHEF?

Sou fã e seguidora do Masterchef Austrália, um dia estava em casa sozinha a ver o programa quando em rodapé passou uma nota a dizer que iria haver uma edição portuguesa e a indicação do site para inscrição. Pensei que seria uma experiência que gostaria de viver e sem hesitar inscrevi-me nessa mesma noite.
Para dizer a verdade, nunca mais me lembrei do assunto até que, passado sensivelmente um mês, recebi um email a dizer que tinha sido selecionada para um primeiro casting e que teria 15 dias para confirmar a presença.
Estava decidida a não comparecer, até que nas vésperas do casting uma amiga insistiu tanto para eu ir que me pôs a pensar… se realmente queria perder uma oportunidade como aquela… e eu que não gosta de deixar nada por fazer…
Não tinha nada preparado mas nessa noite falei com o meu Marido que me perguntou se realmente gostaria de ir… e que participando não teria nada a perder…

E QUANDO COMEÇOU ESSA AVENTURA?

No dia 17 de janeiro, no Porto. Apresentei o meu prato, uma panna cotta de baunilha e iogurte grego com frutos silvestres. Ao olhar para os outros pratos pensei que não teria hipótese… nessa fase éramos 3000 concorrentes.
Regressei a Viseu e para minha surpresa passados 3 dias recebi um email com a informação que tinha sido selecionada para ir ao Terreiro do Paço!
Continuava com as minhas dúvidas mas o meu Marido incentivou-me e disse “Agora vais até onde der!”
E assim foi, começou a minha caminhada rumo ao Masterchef!

E QUAL FOI O PRATO QUE ESCOLHESTE APRESENTAR NO TERREIRO DO PAÇO?

Optei também por fazer uma panna cotta desta vez de caramelo com pain perdu que é um pão recesso passado por um preparado meu, aquecido, frito e servido em cima da panna cotta.
É uma receita que nem é habitual fazer mas que correu muito bem e fui a primeira receber a colher de pau pela mão do Chef Miguel!
O prato estava saboroso, bonito e com boa textura e cremosidade.

COMO TE SENTISTE NESSA ALTURA?

Quando vejo as câmaras a apontar para mim e a minha Mãe diz: “Tê, olha que é para ti!”, fiquei tão surpreendida como expectante! Passar esta fase era já um grande feito!
Depois de estar nos 51 eleitos comecei mesmo a pensar que havia a real possibilidade de chegar ao programa. Comecei a ficar assustada, preocupada e com medo! Como poderia deixar as minhas filhas? O meu Marido? O meu trabalho?
Não era o desafio nem a competição que eu temia pois o meu objetivo sempre foi aprender novas técnicas, conhecer o mundo da culinária pelo qual sou apaixonada.
E avancei, iria até onde fosse possível.

O QUE SE SEGUIU ENTÃO?

Outra prova desta vez para escolher 30 dos 50 concorrentes. Esta prova já entraria nas gravações do programa.
Escolhi confecionar um folhado de cabrito com míscaros acompanhado de uma salada, um prato servido no meu casamento.
As coisas não correram muito bem e pensei que iria ficar pelo caminho, a massa não cozeu convenientemente mas o recheio convenceu e acabei por passar com o sim do Manuel Luís Goucha e do Rui Paula e um não do Miguel Vieira.
Na última eliminatória para a entrada no programa informaram-nos que teríamos que nos apresentar no LX Factory e levar uma mala com roupa para duas semanas. E eu lá fui… fiz uma malinha com duas mudas de roupa pois achava mesmo que não ficaria…
Nesse momento simpatizei de imediato com algumas pes- soas e criei empatias que perduram. Algumas delas viriam ser o meu ombro amigo dentro do programa.
meu objetivo sempre foi aprender novas técnicas, conhecer o mundo da culinária pelo qual sou apaixonada.
E avancei, iria até onde fosse possível.

O QUE SE SEGUIU ENTÃO?

Outra prova desta vez para escolher 30 dos 50 concorrentes. Esta prova já entraria nas gravações do programa.
Escolhi confecionar um folhado de cabrito com míscaros acompanhado de uma salada, um prato servido no meu casamento.
As coisas não correram muito bem e pensei que iria ficar pelo caminho, a massa não cozeu convenientemente mas o recheio convenceu e acabei por passar com o sim do Manuel Luís Goucha e do Rui Paula e um não do Miguel Vieira.
Na última eliminatória para a entrada no programa informaram-nos que teríamos que nos apresentar no LX Factory e levar uma mala com roupa para duas semanas. E eu lá fui… fiz uma malinha com duas mudas de roupa pois achava mesmo que não ficaria…
Nesse momento simpatizei de imediato com algumas pessoas e criei empatias que perduram. Algumas delas viriam ser o meu ombro amigo dentro do programa.

SERIA A SELEÇÃO DOS 15 QUE ENTRARIAM PARA O MASTERCHEF?

Sim, dos 30 para os 15 concorrentes. Era uma prova às escuras, haveria um ingrediente e com ele fazer teríamos que fazer uma receita criativa, saborosa e bem apresentada.
O ingrediente era o pão…
Mas o que é tu fazes com pão? Na hora nem consegues pensar… Optei por fazer umas fritas de pão com crème anglaise, pen- sei que se tinha sido bem sucedida no prato anterior agora faria algo do género.
Chegada a hora das escolhas, fui contando as vagas que iam restando…. A primeira a ser escolhida foi a Margarida, a nos- sa Dama de Ferro! Uma Senhora!
Até que chegou a minha vez! Na hora não manifestei grande alegria porque pensei: ai… o que vou fazer? Nunca pensei que chegasse de facto aos 15…
Decidi ligar ao meu marido para me ir buscar, estava decidida a não ficar… mas ele já estava em Viseu!

ESTAVA ENTÃO TOMADA A DECISÃO?

Pois foi uma ajuda para a minha permanência… disse para mim mesma: ok, fico uma semana pois serei eliminada. O tempo foi passando, e eu fui ficando… com o tempo, e apesar das saudades de casa, cada vez tinha mais vontade de continuar, de aprender, de viver esta experiência tão especial!
Cheguei ao top 10 o que me orgulhou muito!

E O BALANÇO DESTA EXPERIÊNCIA?

Posso dizer com toda a certeza que repetia! Foi duro, foi! Largar tudo durante um mês e uma semana… tive tantas saudades das minhas Filhas, do meu Marido, da minha Família! Mas foi uma experiencia única, tenho muitas coisas boas a retirar, aprendi tanto e conheci pessoas tão especiais!

VIVIAM TODOS NA MESMA CASA, COMO FOI PASSAR TANTO TEMPO COM OS RESTANTES CONCORRENTES?

Bom… o convívio nem sempre foi fácil, inicialmente éramos 17 pessoas a viver num apartamento. Muitos e muito diferentes…
Tinha que se fazer um esforço haver entendimento, mas claro há sempre coisas que nos agradam menos ou mesmo que nos desagradam! A maioria de nós chegou ao fim com laços de amizade.

E O QUE FARIAS SE GANHASSES O PRIMEIRO PRÉMIO?

Isso seria ótimo claro! Quem não gostaria de ganhar? O primei- ro prémio é um curso de um ano em Madrid… teria que ponderar muito bem… mas sinceramente não pensei nisso…

“Em eloquentes traços artísticos, o autor retracta-nos os recantos e encantos de todo o território concelhio, levando-nos a conhecer e a descobrir muito do nosso património arquitectónico, arqueológico e histórico que, a muitos dos nossos visitantes, passa despercebido.
Apesar de se tratar de uma mostra direccionada para todos os tipos de público, ela é também, pelo seu carácter didáctico, uma obra vocacionada para toda a comunidade escolar”.

DR. EVARISTO PINTO, DIRETOR DO MUSEU MUNICIPAL MANUEL SOARES DE ALBERGARIA – CARREGAL DO SAL

Feliciano Nuno Bastiana Angélico, nasce a 27 de Novembro de 1971, em Melun, Seine-et-Marne (França). Filho de pais oriundos do planalto mirandês. Reside em Viseu desde do ano de 2000.
percurso académico e profissional
Frequenta entre 1989 e 1992, a Escola Secundária Soares dos Reis, os Cursos de Arquitectura e Design.. Obtém Bacharelato, em Educação Básica (1o CEB), no Instituto Superior Politécnico – Escola Superior de Educação de Viana do Castelo no ano de 1996. Em 1997, obtêm Licenciatura, em Educação Visual e Tecnológica, na Escola Superior de Educação de Viana do Castelo. Em 2008 conclui pós-graduação em Ciências da Educação, especializando-se em Administração e Organização Es- colar, pela Universidade Católica Portuguesa de Viseu. Professor de Educação Visual e Tecnológica (2oCEB), Expressão Artística (1o CEB) e Professor tutor (2o e 3o CEB), de Quadro de Agrupamento de Escolas de Sever do Vouga.
percurso artístico
Expõe desde Setembro de 1990, primeira exposição, até aos nossos dias com uma participação em uma centena de exposições coletivas e individuais. Tem obras, que fazem parte do património artístico de instituições públicas, privadas e coleções privadas neste nosso país, Espanha, França, Brasil.
Em 2007, projeto de ilustração de marcadores de livros/ bookmarks, (técnica mista – café, aguarela e tinta da china policromática) retratando paisagens do Parque do Douro Internacional.
Em 2012, “PELOS CAMINHOS DE PORTUgAL E ILHAS” e “PELOS CAMINHOS DE PORTUGAL E ILHAS EM PELOURINHOS”- os distritos de Viseu, Vila real, guarda, Porto, Aveiro e Castelo Branco, .em marcadores de livros/páginas, um novo projeto inovador, investigador e ilustrador, aplicando técnica mista aguarela, tinta da china monocromática e desenho à pena/artpen, retratando todo o património cultural, etnográfico e arquitetónico, religioso, militar e civil, dos concelhos de Miranda do Douro, Vila Nova de Paiva, São Pedro do Sul, Sever do Vouga, Trancoso, Freguesia de Cogula/Trancoso Vouzela, Oliveira de Frades e a cidade de Viseu.

AndAvEr portugal é um projeto que está a arrancar e visa criar uma Rede Nacional de Turismo Ecológico, que beneficia quer o turista, quer a cidade. Qualquer interessado, poderá visitar uma cidade num passeio ecológico e tranquilo, de acordo com uma rota recomendada. Isto através da TRIkkE, que é um veículo elétrico, de fácil utilização e uma opção muito divertida e ecológica para passear. Neste âmbito, AndAvEr portugal pretende criar um spot onde os equipamentos estarão disponíveis, mediante aluguer (por tempo definido), e onde será fornecida informação de utilização e roteiros possíveis de realizar e usufruir.
Pretende-se com este projeto abranger várias cidades por todo o país e, com isso, contribuir para a dinamização do turismo nacional. Considerando que se trata de um projeto com base num equipamento ecológico e ao alcance de qualquer um, trata-se de uma aposta na modernidade e na saúde das cidades.
A TriKKE é:
– Fácil de montar e iniciar.
– Quadro dobrável, fácil de transportar e armazenar.
– Bateria amovível e fácil de carregar através de qualquer tomada 220-240v.
– Simples de usar e segura pela estabilidade de três rodas.
– Condução em pé, o que dá grande visibilidade da estrada.
– Aprovada pela RDW (instalações de teste na Holanda, Organismo Notificado), Ministério Holandês de Infraestruturas e Ambiente, SWOV (Fundação para a Pesquisa da Segurança Rodoviária).
– Sem emissão de CO2
– Sem emissão de partículas. – 100% Reciclável.
Para mais informações
e compras online do equipamento: www.andaver.pt www.facebook.com/andaverportugal

Estar no mar, a bordo dum barco à Vela, é um sentimento de satisfação pessoal e bem-estar inigualável.
A Vela é um desporto extremamente saudável que proporciona momentos fantásticos e tem muito a oferecer a todos os ve- lejadores, desde os que sentem aquela excitação na primeira vez que vão para o mar, aos que têm anos de experiência.
Para os que ganham o “bichinho” de andar à Vela, raramente existe cura e outra atividade que substitua a sensação de navegar. A Vela é muito mais do que um desporto e facilmente se transforma num estilo de vida muito próprio e único, onde se cria um laço forte com a envolvente, o barco e o prazer da navegação, seja na companhia dos amigos, família ou sozinho.
A SAILSPOT – Serviços Náuticos Lda é uma empresa dedicada a atividades náuticas, que surgiu do entusiasmo e paixão pelo mar e que tem por objetivo fomentar a iniciação e prática da Vela de Cruzeiro, promover passeios divulgando todas as po- tencialidades paisagísticas da região da Ria de Aveiro, bem como divulgar a modalidade através de Eventos Náuticos de “Team Building” para Empresas.
É o resultado de um longo percurso e paixão familiar na prática de vela ligeira, de competição e de cruzeiro. Na SAILSPOT procuramos transpor este ambiente familiar, estilo de vida e alegria para todos os nossos clientes, desde os mais exigentes que gostam de competição (e querem viver a experiência de participar em regatas competitivas) até aos clientes que querem simplesmente navegar ao seu ritmo e desfrutar da Ria de Aveiro (através dos nossos programas de Batismos de Vela, Sunset Sailing e outros Programas feitos à medida – Festas de Aniversário, Despedidas de Solteiro, Passeios com paragens gastronómicas), onde a componente lazer/passeio assume maior relevância.
Pretendemos partilhar o gosto pela Vela com os nossos clientes, oferecendo-lhes também a oportunidade de aprender a andar à Vela na Ria de Aveiro. A SAILSPOT é formada por uma equipa jovem com vasta experiência no mundo da Vela e cada um dos nossos colaboradores contabiliza mais de 15 anos na modalidade, como velejadores e como treinadores de equipas de competição. Os nossos Cursos de Iniciação visam proporcionar um primeiro contacto com a Vela, numa aprendizagem bem estruturada e contínua, em veleiros muito fáceis de manobrar.
Qualquer idade é boa para se iniciar na modalidade, sendo que os jovens se adaptam com mais facilidade e não há dúvidas de que é melhor começar a andar à Vela quando se é novo – não por ser difícil aprender mais tarde mas porque irão perder durante muito tempo o prazer de navegar.
Este desporto é, por vezes, conotado como “exclusivo” e apenas acessível a pessoas de classe alta. Corrijo, sempre que posso, esta ideia pré-concebida pois nos largos anos da minha experiência conheci e fiz amigos de várias classes sociais e o único elemento que sempre foi partilhado e que continua presente é o gosto pela Vela.
O Mar nunca nos cansa e tem sempre coisas novas para nos ensinar. No entanto, a grande maioria das pessoas desconhece, efe- tivamente, este sentimento de diversão e de realização pessoal, de desafio e de refúgio que nos torna tão dependentes da Vela.
Continuaremos a acreditar no projeto SAILSPOT e a partilhar com os nossos clientes o segredo da nossa felicidade (o prazer de andar à Vela), proporcionando-lhes momentos inesquecíveis na prática desta modalidade.

PARA MAIS INFORMAÇÕES:
www.sailspot.pt | www.facebook.com/sailspot.abr3 | info@sailspot.pt | +351 910 664 470 . 234 026 290

Por ANA BARATA DA ROCHA, Diretora Geral SAILSPOT

A Tasquinha “sucedeu” naturalmente ao Quiosque, espaço anterior do Arthur na zona histórica de Viseu. Dos vinhos e pequenos aperitivos à cozinha mais tradicionalista desta “TASQUINHA DA SÉ” foi um passo, não de gigante, mas bem medido e decidido. Arthur carregou e bem, consigo, a excelente garrafeira do Quiosque, a qual combinada com a excelente cozinha e a natural simpatia e jovialidade do próprio, aportam a esta TASQUINHA DA SÉ um selo de elevada qualidade.
Com oferta variada de petiscos regionais, apresenta diariamente um prato do dia para quem necessita ou pretende fazer uma refeição mais “consensual”. Dos enchidos às feijocas, dos queijos ao polvo, passando pelos pratos de bacalhau e não esquecendo o tradicional “Rancho à moda de Viseu”, aqui elevado à sua condição máxima de iguaria única, tudo pode encontrar na TASQUINHA, onde se juntam jovens e menos jovens, proletários e empresários, profissionais liberais e artistas de todos os ramos… políti- cos e sindicalistas, numa amálgama de “povo” que torna esta TASQUINHA DA SÉ numa casa democrática, de bem servir e onde se vai com gosto almoçar, lanchar, jantar ou cear e onde se corre o risco de tudo isto acontecer.
A TASQUINHA DA SÉ espera por si ao cimo da Rua Augusto Hilário, “debaixo do olho” do Rei D. Duarte, “o eloquente”… um bom patrono desta eloquente arte de bem servir que pela TASQUINHA DA SÉ, por estes dias, se vai praticando.

Por: Rui Rodrigues dos Santos

Com 11 anos de actividade, este estabelecimento tem-se reinventado ao longo do tempo.
Situado na Avenida Cidade de Aveiro, na descida para Vildemoinhos junto à praça Carlos Lopes, consegue reunir várias características que o tornam atractivo em qualquer estação do ano.
É muito conhecido pela qualidade das suas pizzas. Diz quem sabe, que são as “mais saborosas e recheadas” de Viseu. Para além disso, primam pela variedade: são mais de 30 opções diferentes, incluindo pizzas doces.
No entanto, tem também outras opções. Pastas, Grelhados e Saladas têm-se revelado uma aposta ganha pela gerência, provadas pelo número de almoços e jantares de grupo que têm realizado.
Têm take-away, fazem entregas ao domicílio e é de realçar a oferta alargada de vinhos.
Tem agora uma outra novidade: quando estiver a pagar a sua refeição, recebe um vale de 10% desse valor com uma validade de 15 dias para ser gasto noutra refeição.
Torre di Pizza é sinónimo de qualidade. E isso não é novidade.

Por José Pedro Gomes

Não, não se trata de mais um texto a fazer apologia às bicicletas. Tampouco se pretende filosofar sobre algo pouco concreto, porque seria banalizar o pensamento e o tempo que já não temos. Minha atenção está focada em um pequenino detalhe da vida de cada um de nós, impactado e impactante ao mesmo tempo: as cidades, seu presente e seu futuro.
Começo sugerindo que existam dois momentos onde a totalidade das cidades no mundo se encontra: o “já” e o “ainda não”. Explico-me. Inúmeras cidades ao redor do planeta já acusam o estado de colapsadas pelo caos do trânsito, ou mesmo pelos resultados ou efeitos da depredação socioambiental (só sabemos da natureza porque existimos e pensamos sobre ela), mas ainda não estão conscientes da urgente e necessária mudança de comportamento e de modo de vida.
Outras, talvez tão próximas de nós, ainda não estão prontas ou aptas para as mudanças, mas já começaram a planejar coletivamente após terem definido os porquês, as maneiras e para que finalidade querem tais mudanças. Sabemos de cidades que já procuraram técnicos e especialistas para tratar de suas patologias urbanas (mais uma vez, sociais), mesmo que ainda não tenham total noção do quanto esta escolha ou decisão trará resultados qualitativos à vida de cada um e de todos os cidadãos, presentes e futuros.
Sim, lá e aqui, hoje e amanhã, mais uma ou menos uma cidade requer para si o título de ‘cidade amigável’, outra daquelas invenções do mercado que se tornou jargão barato, já que o conceito de sustentabilidade foi banalizado pela mídia e pelas bocas desqualificadas e ainda não surgiu nenhum termo tão complexo e tão simples a sua vez, que o suplantasse.
Quando, ao início, tratei as cidades como um “pequenino detalhe da vida de cada um de nós” não quis mediocrizar estes espaços de ser e estar com os outros, apenas me remeti à efemeridade de nossos anos gastos indo e vindo, num causticante e viciante gerúndio, que efetivamente nos faz ir de casa para o trabalho olhando para o ‘chão’ imersos em nossos problemas, tão ‘imensos e vorazes’ (como se fossem apenas nossos) que consomem nossa atenção, até que nos damos conta de que já chegamos ao nosso destino.
Lá irão, uma após a outra, nossas horas de trabalho, para que enfim possamos voltar, invariavelmente, pelo mesmo caminho de sempre, com nosso olhos hipnotizados no ‘nada’, prontos para repetir tudo na manhã seguinte. Um detalhe, esta é tal cidade em que vivo e não a vivo. Um detalhe pequeno é este prédio ou esta praça que sempre esteve diante de mim e que jamais consegui interpretar suas figuras ou detalhes arquitetônicos, porque jamais me atrevi a elevar ou desfocar meu olhar. Outro pequeno detalhe, lembrei de esquecer, do que existe na rua ao lado, e que de mim se escapou durante estes anos todos porque jamais por lá cruzei, porque escolhi invariavelmente seguir pelo mesmo caminho de sempre.
Parte das cidades e das pessoas que nelas vivem reagem às necessárias mudanças com aquele eterno e cinzento Complexo de Gabriela (eu nasci assim, eu cresci assim, vou ser sempre assim), e perdem a rara e potencial oportunidade de fazer diferente, de fazer a diferença.
Notamos, nos últimos anos, o quanto a escolha pela bicicleta tem estado presente nos reclames televisivos, nas campanhas de marketing de bancos, cremes dentais, absorventes íntimos, refrigerantes, imobiliárias, destinos turísticos, partidos políticos, universidade, e pasmem, até mesmo em lançamentos de automóveis.
Ironicamente, quase nenhuma destas empresas investe em educação para a ciclomobilidade urbana ou para a ciclocidadania, da mesma forma que não o fazem em adoções de estruturas cicloviárias em consórcio, em parcerias com o poder público, ou quem sabe até mesmo, através da tal ‘responsabilidade social’, outra daquelas falácias que encantam os ouvidos de quem ainda ignora o real sentido da expressão.
Não vou longe, a realidade crua nos tem mostrado que uma boa maioria das empresas do mercado de bicicletas também não aposta ou investe em educação para a ciclomobilidade ou para a ciclocidadania, dizem tão somente que não lhes compete; mal sabem elas o quanto isto democratizaria o acesso à bicicleta, sensibilizaria o poder público, aumentaria o consumo inteligente e responsável, além de ajudar a vida em milhares de cidades e por inúmeros motivos.
Possivelmente, esta avalanche publicitária tenha pegado uma carona nisto que ouso chamar de um dos maiores fenômenos socioculturais dos últimos 400 anos, sob a forma de um movimento pacífico em prol da vida, individual, coletiva e do planeta, direta ou indiretamente, no já e no ainda não.
Talvez, tudo esteja motivado pelo crescente número de pessoas a aderir, por força da necessidade, pela moda, pelo esporte ou pelo diletantismo à causa da bicicleta. Não importa o motivo, isto é um fato social pleno. Porém, assim como ocorreu com os automóveis, a velocidade e o crescimento do volume de indivíduos a fazer uso da bicicleta cotidianamente não se fazem acompanhar por estruturas cicloviárias condizentes, nem mesmo por um modelo de educação mais emancipadora, mais libertadora, quem sabe, ainda que mais responsável.
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Será que lógica deste movimento está realmente fundada na transformação sociocultural promovida pelo uso inteligente e irrestrito da bicicleta? Será que, em parte e em certa medida, não se trata de mais uma tentativa utilitarista-individualista de resolver uma questão estritamente econômica e de falta de acessibilidade, e que caberia, por sua vez, ao Estado, observar? E ainda assim, ou melhor, já não seria hora de cada ciclista sair de sua individualidade e dar sua contribuição ensinando a sua comunidade sobre os benefícios universais da bicicleta, sobre a responsabilidade de quem a utiliza, ou até mesmo, doar parte do seu tempo para organizar, planejar e subsidiar pacíficas, plurais e benéficas formas de exigir todas as condições e melhorias para a ciclomobilidade e a ciclocidadania?
Continuamos a olhar, melancolicamente, as cidades como algo além de nós, a nosso serviço e de acordo com nossos interesses, quando seria oportuno e bem-vindo observar como nos traduzimos nelas, impregnando-as com o nosso melhor e com o que em nós não é tão bom.
Sejamos claros: a cidade é o espelho daquele que se diz cidadão, e independe do Estado para tal. Se a cidade é suja, é porque aquele que ali vive também o é. Se a cidade é pacífica, agradável e acolhedora, é reflexo do que lá vive. Se, por sua vez, é violenta, insidiosa, inacessível e promíscua, não passa de uma projeção dos atores sociais que nela habitam e de suas escolhas. Não podemos aceitar que se entenda a cidade meramente como um somatório de problemas decorrentes de questões demográficas. Mais que tudo, é um ambiente inter-relacional que surge de experiências socioculturais, socioeconômicas e socioambientais, no tempo e no espaço.
Quando nos chegam novidades do mundo da bicicleta pelas redes sociais e, até mesmo, através da boa e velha carta, sempre esperamos ouvir sobre novos lugares onde a bicicleta e seus usuários já não são vistos como seguidores de uma moda sem objetivos. Queremos saber mais sobre as cidades feitas pelas pessoas e para as pessoas, como orienta o excelente arquiteto dinamarquês, mas antes de tudo, cidadão Jan Gehl. Parte da missão deste homem e suas equipes é criar cidades melhores para as pessoas viverem. Isto significaria dizer “cidades melhores para pessoas melhores”?
Quando penso sobre isto algo me remete até minha infância no interior do sul do Brasil, quando indistintamente precisávamos de tão pouco para viver. Não ansiávamos por muito, desde que as pessoas ao nosso redor estivessem felizes. Naquela época, para mim a bicicleta era o presente esperado no Natal, a fim de garantir a folia molequeira cheia de boniteza, a zingrar por todas as ruas empoeiradas pelo esquecimento. Forçando um pouco a memória, coincide o fato de que muitas pessoas também não tinham carro (objeto para poucos), e a bicicleta também era veículo para chegar ao trabalho, escola, encontrar a namorada ou carregar coisas como o botijão de gás, por exemplo. As cidades, por sua vez, também possibilitavam o deslocamento de veículos movidos à tração humana.
Voltamos à realidade atual e projeções futuras. Provavelmente, algumas gestões públicas tratarão de Copenhaguenizar suas cidades, porém este pode não ser o caminho natural para chegar a um resultado semelhante. Digo isto me baseando na reflexão de que um molde triangular jamais dará forma a um objeto redondo, e vice-versa. Ás vezes, modelos aplicados como soluções para determinados problemas não se aplicam em outra parte ou problema diferente. Parte das transformações sonhadas e desejadas, além de requeridas, para as cidades num futuro próximo passam, imediatamente, por escolhas atuais mais humanas e com reflexos mais coletivos por parte de cada um de nós, ainda que isto nos custe certo desconforto momentâneo, adaptação dolorosa ou até mesmo, mudanças de perspectivas pessoais.
Vivemos em um momento bastante delicado da história, porque jamais soubemos tanto sobre tanta coisa, e possivelmente, em mesma escala, jamais tivemos tanta capacidade para transformar nossa realidade comum. A opção pela bicicleta, universalmente, não pode ser tomada com base em modismos, consumismos elitistas, ou até mesmo, por uma postura reacionária e violenta, que usará as mesmas formas de expressão do sistema que repudiamos, o qual lastima, ofende e aniquila a mim, a você e às pessoas que nem mesmo eu ou você conhecemos, no já e no ainda não, no agora e no depois.
Este pequenino detalhe da vida de todos nós está presente na sua rua, no seu quintal, mas também está diante da TV que você não desliga e nos celulares que nos dominam a atenção. Está no estacionamento vertical, na vaga viva, na intermodalidade, nos paraciclos, mas também está naquele sinal vermelho que você cruzou, hoje pela manhã, só porque não vinha ninguém, apenas um ciclista. Está na escolha dos governantes, dos homens do mercado, dos empreendedores, mas também está presente na vida daquele que não tem escolhas. Está presente na bike silenciosa rumo à escola, rumo ao treino, ao cinema ou, tão somente, rumo aos próximos quilômetros. Quem sabe apenas esteja presente.
Enfim, sua cidade, no presente e no futuro está em você, em mim, e acredito concretamente que nós possamos fazer algo de surpreendente.
Afinal, você leu até esta linha, vai discutir este tema com seus pares e na próxima linha eu poderei lhe agradecer por ter feito a diferença durante este tempo que já não temos, juntos.
Vamos estabelecer este diálogo a favor de uma cidade mais humana, de uma cidade feita por pessoas e para pessoas. Já!

Por Therbio Felipe M. Cezar

Dias atrás, fui inquerido por uma jovem mãe sobre os benefícios que seu filho/filha poderia ter ao andar de bicicleta. Ela não via, segundo o que me contou, grandes vantagens de fazer sua criança andar de bicicleta ao invés de jogar bola, tênis, praticar natação ou dança. Afinal, tudo o que estaria realizando naquela tenra idade seria apenas convertido em gasto energético atribuído ao exercício físico. Então, disse-me ela, tanto faz se andar de bike ou dançar, o importante é estar em movimento.

Pedi uns minutos de sua atenção e busquei reunir algumas possibilidades.

Primeiro, expliquei que tudo o que eu viesse a dizer fazia parte do repertório que a vida me havia contemplado, e que se quisesse buscar razões mais científicas poderia pedir a opinião de especialistas da área da saúde ou do movimento. Porém, propus que enquanto eu falasse ela pudesse observar as crianças que passavam por nós, em suas bikes. Ao notar que uma delas se aproximava, comecei a tentar responder por que motivos deveria incentivar sua criança a escolher pela bicicleta.

Equilíbrio. Ah, mais do que um malabarismo existencial trata-se de um desafio à vida. Antes de ser um estado de plena estabilidade, talvez, devêssemos compreende-lo como um momento de descuido da instabilidade. O mesmo como se passássemos a entender o quanto de direita e de esquerda o caminho está composto.
Ao buscar o equilíbrio, aceitamos que as pontes sempre possam unir duas margens, ao invés de dividir o rio. Na conquista do equilíbrio é possível conceber a possibilidade de que trabalho e prazer possam coexistir, sem que se anulem mutuamente. Que o ‘não’ dado ou recebido nesta hora será o ‘sim’, possivelmente, para o restante dos dias. Que o chão não é, apenas, algo que me empurra para cima com a mesma força que eu e a atmosfera o empurramos para baixo. Aprender a dominar o equilíbrio faz com que tenhamos uma certa dose de ousadia, ao brincar com a incerteza, e outra de saudável loucura, ao trocar as pernas pelas rodas. O equilíbrio não nos permite, tão somente, andar em linha reta, mas também por outros caminhos declarados como impossíveis até o momento em que decidimos tentar, ainda que de olhos fechados, por eles passar.

Velocidade. A grande maioria de nós a compreende meramente como o ato de ir rápido, esquecendo que este é apenas um dos lados da moeda. Ir devagar também, da velocidade, faz parte. Esta noção nos aproxima da compreensão do tempo, horas e dias. Nos faz aceitar que os minutos passam tão mais rápido quanto mais queremos que tardem. E que não há força capaz de fazê-los passar mais lento quando decidem voar, deliberadamente, para o infinito do tempo. Na bicicleta, as pernas irão propulsionar o que as mãos, nos freios, tentarão fazer parar.
Trata-se de um jogo fantástico que atiça a percepção e acelera o peito. Um jogo de ímpeto e temperança, de paciência e fugacidade, de constância e celeridade, de querer ficar e querer ir, tudo ao mesmo tempo. Que lindo!

Cognição. A capacidade de aprender receberá grande aliada caso a bicicleta seja a escolha. Um sem número de mundos se abrirão aos olhos de seu condutor, ainda que extremamente jovem. A imaginação será parceira do conhecer, a dúvida será comparsa da descoberta e perguntas deixarão de constranger. Assimilará formas, cores e sons, todos juntos, numa fração de segundos enquanto pedala.
Os aromas irão construir um relicário, associando tais informações e gerando na memória uma janela digna e habilmente acessível. Ao subir em sua bicicleta será capaz de interpretar teoremas cujas lousas não puderam tornar reais ou concretos. Física, química, álgebra, aritmética, enfim, se tornarão parte de cada pedalada criando um arcabouço fantástico que só a mente humana é capaz de associar e armazenar.
Geografia será muito mais do que relevo e hidrografia; será sinônimo de gentes esperando por nós em algum lugar. A cultura do outro será mais do que objeto de curiosidade; talvez se transforme na maior experiência de convívio com as diferenças. História será muito mais do que o passado necessariamente visitado, porque será também o presente imaginariamente construído. Cidadania e Democracia não serão conceitos dissociados da prática.
Biologia será um estudo de si no contexto e é bem possível que a sustentabilidade tenha mais sentido enquanto for saboreada, seja no banho de rio depois da pedalada ou quando usar a bike como escada para chegar às goiabas, amoras e laranjas que, roubadas na infância, têm mais sabor. No campo das relações, será mais fácil compreender a co-dependência entre seres humanos, animais, plantas, minerais, ar e água.
E o novo usuário da bicicleta se transformará em um protetor de toda a vida que encontrar, pelo simples fato de conhece-la e já não poder mais, simplesmente, ignora-la.

Política. Dentre tantas lições aprendidas na infância sobre conviver (viver ‘com’), a bicicleta irá ajudar a que se perceba, claramente, que direitos e deveres não são linhas tortas de uma régua. Que os compromissos com a verdade, com a proteção dos menos potentes e com a equidade são valores que já não serão possíveis de serem incorporados na maturidade.
Que participar é muito mais honroso do que vencer.
Que calar, nem sempre, é uma escolha. Que se omitir sempre ajudará quem oprime. Que coletivo não é apenas sinônimo de um conjunto de coisas, mas sim, de um grupo organizado lutando pelos direitos de todos. Que as ruas não pertencem a alguns; que as florestas não são meras coisas; que o sol nasce, sim, para todos; que as salas de aula vazias não educam ninguém.
Ao permitir-se rodar com sua bicicleta pela cidade e pelos campos sua criança sentirá a emoção de fazer parte de algo bem maior do que ela mesma.

Por fim, se ainda todos estes argumentos não forem suficientes para convence-la a promover que seu filho/filha faça da bicicleta sua companheira de todas as horas, acredito que há um ponto decisivo que deixei para comentar por último.

Felicidade. Estudos comprovam, e se não o fazem deveriam fazê-lo, que é humanamente impossível pedalar sem sorrir, sem esboçar no semblante alegria, paz, satisfação, realização. Sua criança notará aos poucos, que tal sensação acompanhará suas decisões ou escolhas pela vida; estará presente naqueles dias não tão bons e também no dia em que decidir incentivar seus filhos a optar pela bicicleta.
Silenciosamente, o irresistível e irrepreensível sorriso no canto da boca irá declarar que sabe que está fazendo a coisa certa. E não haverá sensação de solidão, porque a roda é uma linha que une todos os pontos.

Por fim, não havia me dado conta que, enquanto terminava minha empolgada fala, a jovem mãe tinha levantado do banco da praça onde estávamos a conversar, se dirigiu até onde estava sua criança e lhe deu um estrondoso abraço.
Obrigado, bicicleta. Obrigado.
E sem perceber, chorei.
Captura de ecrã 2015-02-15, às 21.49.20

Por Therbio Felipe M. Cezar

“caminho” é um trabalho que antes de existir já era amado…

O percurso através de três culturas, três formas de vida, três sonoridades conduziu Sílvia Mitev a uma profunda e extasiada relação com a música! “caminho” é a desig- nação perfeita para descrever numa palavra todos os sentimentos e conhecimentos desenvolvidos ao longo dos anos.
Sílvia Mitev cultivou desde cedo o gosto pela música, dotando-a de uma imensa cultura musical. Este conhecimento levou-a até ao Fado, que a seduziu e conquistou. A magia que envolve esta descoberta, leva a artista a cantar e sentir todo o universo de sensações e emoções que o Fado lhe desperta.
Criou-se, assim, uma relação íntima e muito intensa, de dedicação e entrega.

Neste momento, com o Fado já enraizado na sua essência, Sílvia Mitev decide lançar este disco que permite revelar as suas influências búlgaras e africanas e, essencial- mente, a sua ligação ao Fado. O resultado é um conjunto de músicas que nos transportam para um universo intenso e meigo, vigoroso e expressivo. A sonoridade reporta todo o fascínio e entrega da artista pela vida, pelos outros e pela música. O disco conta com uma grande diversidade de originais, alguns Fados tradicionais e alguns poemas de Sílvia Mitev, mais uma das suas facetas artísticas.
O que se espera do caminho é que todos que o ouçam tenham vontade de viver e de voltar a ouvi-lo!

 

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